A UNITA disse esta Terça-feira,22, que vai convocar, nos próximos dias, protestos face às “ameaças” do regime contra as liberdades e direitos dos cidadãos, na sequência da posse do novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Numa conferência de imprensa esta Terça-feira em Luanda, o presidente da bancada parlamentar da UNITA, Liberty Chiaka, disse que as manifestações vão ser convocadas pelo presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, sendo convidados a participar “todos os patriotas angolanos devido às ameaças do regime contra os direitos, liberdades e garantias fundamentais do cidadão”.
Na Segunda-feira, a UNITA abandonou a sessão plenária da Assembleia Nacional durante a qual o presidente da CNE tomou posse, por entender que este não devia ser empossado enquanto corre no Tribunal Constitucional um processo que suscita a inconstitucionalidade do Regulamento do Concurso Curricular, ao abrigo do qual o Conselho Superior da Magistratura Judicial designou Manuel Pereira dos Santos “Manico” para presidir ao órgão que conduz os processos eleitorais angolanos.
A UNITA sustenta que o concurso através do qual foi escolhido estava “viciado” e questionou a sua idoneidade dizendo que “tem sido fortemente contestada por amplos sectores da sociedade”.
“Não temos dúvidas que a tomada de posse do Dr. Manuel Pereira da Silva na Assembleia Nacional confere à sua designação uma percepção falsa de legitimidade ao mesmo tempo que empresta à sua pessoa uma imagem de idoneidade, isenção e integridade que definitivamente não corresponde à realidade”, acrescentou.
O deputado da UNITA acusou o Presidente da República e presidente do MPLA (partido que governa Angola desde a independência, em 1975), João Lourenço, de “falta de vontade política” para efectivar em Angola “processos eleitorais credíveis que reflictam a vontade do soberano povo de Angola”.
Liberty Chiaka disse ainda querer deixar claro para os angolanos que “não vai acontecer mais o que aconteceu em 2022”, assumindo o compromisso de “honrar a escolha livre do povo”, aludindo às críticas que o partido recebeu depois de os deputados optarem por ocupar os seus assentos no parlamento apesar do partido reclamar contra a alegada fraude desse acto eleitoral.