Após a denúncia de abusos laborais por parte dos trabalhadores da Omatapalo, os principais sindicatos do país reagiram com firmeza, classificando a situação como “uma violação flagrante dos direitos dos trabalhadores”. As centrais sindicais exigem uma intervenção imediata da administração da empresa e alertam para possíveis ações coletivas caso os problemas não sejam resolvidos.
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Exigências claras e imediatas
Os sindicatos, liderados pela Federação dos Sindicatos de Angola (FSA), afirmaram que já estão acompanhando o caso e solicitaram à empresa esclarecimentos e um plano de ação para corrigir as irregularidades. Entre os principais pontos de reivindicação estão:
- Respeito às jornadas de trabalho, com a implementação de rotatividade semanal para motoristas noturnos;
- Pagamento justo de horas extras, prêmios de produção e subsídios noturnos;
- Melhoria das condições de trabalho, incluindo instalações sanitárias adequadas e locais de descanso apropriados;
- Fim do assédio moral e dos maus-tratos por parte dos encarregados.

“Basta de exploração“
Em nota oficial, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Angolanos (CNTA) condenou as práticas denunciadas, afirmando que são contrárias à Lei Geral do Trabalho (LGT) e à Constituição da República de Angola. “O desrespeito às condições mínimas de trabalho é inadmissível em um país que busca o desenvolvimento sustentável. Exigimos que a Omatapalo responda de forma clara e imediata às reivindicações dos trabalhadores”, afirmou a entidade.
Apoio jurídico e possibilidade de greve
Os sindicatos já disponibilizaram assistência jurídica aos trabalhadores e não descartam a possibilidade de uma greve geral na empresa caso as negociações não avancem. “Se a administração da Omatapalo não agir rapidamente, mobilizaremos os trabalhadores e levaremos o caso às autoridades competentes”, declarou um representante da FSA.
Chamado à inspeção do trabalho
Além disso, as centrais sindicais apelaram à Inspeção Geral do Trabalho (IGT) para que realize uma vistoria urgente nas instalações da empresa e avalie as condições denunciadas. “É papel do Estado garantir que as leis laborais sejam cumpridas, e estamos prontos para colaborar com as autoridades para proteger os direitos dos trabalhadores”, afirmou a CNTA.

O silêncio da Omatapalo
Até o momento, a administração da empresa não se manifestou oficialmente sobre as denúncias. Esse silêncio tem sido alvo de críticas dos sindicatos, que consideram a postura como uma tentativa de minimizar as reivindicações.
Próximos passos
Os sindicatos deixaram claro que aguardam uma resposta formal da empresa nos próximos dias e prometem intensificar a pressão caso não haja avanços. Para os trabalhadores, esta é uma oportunidade histórica de corrigir anos de exploração e buscar uma relação mais justa e equilibrada no ambiente laboral.
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Por Mido dos Santos