Por: Mido dos Santos
O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Pedro Miguel, revelou, durante uma visita a várias redações de órgãos de comunicação social em quase todo o país, que algumas empresas pagam salários de apenas 10,000 Kwanzas, aos seus funcionários. Ele classificou a situação como inadmissível e anunciou que o sindicato irá dialogar com essas empresas para resolver o problema. Caso contrário, prometeu avançar com processos-crime contra os órgãos que persistirem em pagar valores tão baixos.
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“Durante as visitas realizadas, inclusive em Luanda, constatamos que algumas empresas estão a pagar 10,000 Kwanzas, o que é um contrassenso. Hoje, a lei estabelece um salário mínimo de 70,000 kwanzas, e em breve esse valor será ajustado para 100,000 kwanzas, fruto das manifestações dos sindicatos. Vamos intensificar o diálogo com os órgãos de comunicação social para melhorar as condições sociais, laborais e salariais dos funcionários”, afirmou Pedro Miguel.
Ele destacou que a medida não se aplica apenas aos jornalistas, mas a todos os profissionais que trabalham em empresas de comunicação social. “Todos os funcionários dessas empresas devem estar em conformidade com a legislação. O sindicato está disposto a dialogar, mas, se necessário, tomaremos medidas judiciais para assegurar que os direitos humanos e os contratos sejam respeitados”, acrescentou.
Por sua vez, a presidente da Comissão da Carteira e Ética, Luísa Rogério, considerou a situação absurda e defendeu a necessidade de correção imediata. Segundo ela, é inaceitável que profissionais recebam salários tão baixos, alguns abaixo de 10,000 kwanzas, o que, segundo ela, cria um ambiente prejudicial e incentiva práticas pouco éticas no jornalismo.
“A situação deve ser corrigida com urgência. O Estado também tem a sua responsabilidade no que diz respeito a incentivos fiscais e planos de investimento para os órgãos de comunicação social privados”, frisou Luísa Rogério.
A dirigente alertou que pagar salários tão baixos aos profissionais é prejudicial e compromete a ética da profissão, criando condições para que os jornalistas recorram a práticas alternativas para sobreviverem.