Desde que o conceito de placas tectônicas se consolidou na ciência nos anos 1960, os especialistas têm conhecimento de um fenômeno intrigante: o movimento dessas placas na superfície terrestre pode, eventualmente, dividir o continente africano. Esse processo resultaria no chamado Vale da Fenda, uma separação geológica que, ao longo de milhões de anos, partirá do Mar Vermelho até o Oceano Índico, isolando o Chifre da África do restante da massa continental. A atividade é mais intensa no norte da Etiópia, onde uma fenda tectônica se expande cerca de meio centímetro por ano.
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No entanto, novas pesquisas indicam a existência de falhas geológicas que podem provocar uma separação ainda mais ampla, chegando ao sul de Moçambique e potencialmente transformando a África em um arquipélago. A imagem acima ilustra uma divisão possível, mas essas descobertas sugerem que mais fissuras podem surgir, especialmente na região sudoeste do continente.
O surgimento dessas depressões ocorre de forma distinta ao que se observa no encontro entre grandes placas tectônicas, que podem se afastar ou se sobrepor, dependendo da movimentação do magma no interior da Terra. Na África, o fenômeno está associado ao enfraquecimento de partes da crosta, provocado pela pressão do manto inferior, que se move em direção à superfície — como a camada externa de um bolo que se rompe ao assar.
Essas fissuras acabam sendo preenchidas pelas águas oceânicas, criando uma nova dinâmica para o planeta. O processo é semelhante ao que deu origem aos continentes atuais após a fragmentação da Pangeia, há aproximadamente 200 milhões de anos.