MARGINALIZAÇÃO DO ESTILO KUDURO PREOCUPA FAZEDORES DA ARTE- HERMENEGILDO CACULO

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O estilo das multidões, tem preocupado os fazedores da arte, por conta da falta de apoio do Ministério da Cultura.

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Depois do funeral do kudurista Gelson Caio Mendes “Nagrelha” e de Jeremias Ekundi Tchicúlia “Mano Chaba” de 17 anos, falecido na passada terça-feira 21, vítima de asfixia mecânica (Afogamento), na ilha de Luanda, foi notório, mas uma vez, a legião de fãs que o estilo kuduro transporta, onde cerca de 20 mil pessoas e admiradores, estiveram presente no cemitério onde repousam os seus restos mortais.

Para muitos, o Kuduro deve ser mais valorizado, uma vez que é o estilo que atrai multidões e os afasta da delinquência. Atualmente, jovens e adolescentes deixam os maus caminhos para se dedicar ao estilo com amor e carinho. Diversas famílias sustentam-se devido ao kuduro.

“ É só notarmos o quanto as pessoas deixaram as suas residências, para ir chorar a morte do Nagrelha e o Mano Chaba, e as enchentes em várias actividades onde são convidados kuduristas, já não temos dúvidas que é o estilo número um em Angola, agora falta aceitamos e valorizamos mais” disse internautas.

“ O dinheiro de um kudurista nos ‘shows’ é baixo, e são os mesmos que fazem actividade acontecer, assim é a nossa realidade, principalmente dos que arrastam multidão, assim como o W.king e outros, temos lutado muito para melhorar em cada momento e em cada ano, principalmente nas composições das letras, mas mesmo assim os mais velhos não reconhecem, nós queremos que ajustem os valores que os kuduristas recebem, igual a quem canta semba e kizomba” afirmou Rey Loy.

“ Muitos líderes políticos usam vários kuduristas, o Nagrelha foi o exemplo disso, recebeu muitas promessas falsas de alguns políticos, e foi tarde quando ele despertou, os diretores da cultura a nível dos municípios não fazem nada, os administradores não valorizam e não fazem nada pela cultura, principalmente para o estilo kuduro”, acrescentou.

O autor do sucesso “A vida não está fácil” Rey Loy, numa entrevista, na última quarta-feira 29, apelou à intervenção urgente do Ministério da Cultura para a organização da classe artística, especificamente no estilo Kuduro.

“Actualmente o kuduro está na classe baixa, dentre as três classes sociais e apesar de nós fazermos o nosso trabalho, ainda assim precisamos da urgente intervenção do Ministério da Cultura, para o controle, apoio moral e financeiro aos artistas que representam o país nos mais variados estilos”, frisou.

O kudurista do grupo, “Elenco da Paz” Boy Louco, mostrou a sua insatisfação, em afirmar que o Kuduro é um dos melhores estilos de Angola, e só é valorizado quando falece um artista, como tem se notado aos funerais dos artistas, pelo apoio que é dado ao Governo angolano, a maioria desses vivem mal, e não tem casas, o Ministério da Cultura presta maior atenção ao Semba, Kizomba, Kilapanga, os agentes dos Kuduristas, lutam bastante para terem pelo menos o seu artista em palco e os directores da cultura nada fazem para inverterem a situação.

“Termos alguns kuduristas que representam a cultura, assim como: Pai Diesel, Zoca Zoca, ambos directores da Cultura e Turismo, nos municípios do Calumbo e Samba, mas não acredito que vão fazer avançar o estilo, porque já tivemos vários kuduristas a representar-nos, e nada fizeram, mas tudo isso acontece porque muitos estão nesses cargos e fazem por ordens superiores e bajulação, para não perderem o cargo”, acrescentou.

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