
O grupo xiita Hezbollah afirmou nesta quarta-feira, 18 de Setembro, que “irá continuar” as operações em solidariedade com o movimento islamita palestiniano Hamas, apesar da explosão simultânea de milhares de ‘pagers’ no Líbano, que mataram pelo menos 12 pessoas.
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O ambiente entre a população libanesa é de choque e impotência, mas também de solidariedade, com várias centenas de pessoas a doar sangue e a partilhar mensagens de apoio nas redes sociais, num clima muito semelhante ao da pós-explosão do porto de Beirute em 2020. As ambulâncias continuam a circular com bastante frequência e a transferir vítimas para unidades especializadas, nomeadamente para cirurgias à face e olhos.
O número de vítimas resultantes dos milhares de explosões dos pagers ocorridas ontem à tarde em vários pontos no Líbano continua a aumentar, com 12 mortos – incluindo três crianças – e 2800 feridos, muitos dos quais em estado crítico.
Este ataque, que resultou na maior e mais sangrenta falha de segurança do Hezbollah teria sido organizado pela Mossad, segundo sectores libaneses. A Mossad que há meses atrás teria sabotado milhares de pagers pertencentes a membros do grupo xiita com a inserção de substâncias explosivas junto das baterias dos dispositivos.
Ontem, os pagers receberam uma transmissão remota com códigos para aquecer as baterias e desencadear as explosões, que ocorreram de forma sincronizada no Líbano e também na Síria.
O Hezbollah atribuiu responsabilidades à empresa Gold Apollo, em Taiwan, que vendeu 5 mil pagers ao grupo xiita, mas a companhia taiwanesa indicou que os dispositivos tinham sido fabricados na Hungria.
Entretanto, o secretário-Geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, fará um discurso amanhã à tarde onde poderá avançar com mais detalhes sobre o ocorrido e as acções a tomar para uma esperada retaliação contra Israel.
A Rússia ja veio condenar as explosões de pagers usados pelo Hezbollah, no Libano, e apelou às “todas as partes envolvidas” para se conterem, a fim de não “desestabilizar ainda mais” a região. O Irão também já reagiu e acusou Israel de ter perpetrado um “assassinato em massa, apelando à comunidade internacional para “agir rapidamente para combater a impunidade das autoridades criminosas sionistas”.