FOME MATA MAIS CIDADÃOS NO CUANDO CUBANGO

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A tragédia da fome continua a devastar o Município do Rivungo, Província do Cuando Cubango, onde, no passado dia 24 de novembro, Mubita, um cidadão de 37 anos, perdeu a vida enquanto tentava recolher tubérculos no leito do rio Cuando para sobreviver.

Residente no Bairro Mashika, Mubita já se encontrava em estado crítico, debilitado pela falta de alimentos e pelas condições extremas que assombram a região. Segundo testemunhas locais, “ele já não tinha forças para sustentar as actividades básicas de sobrevivência”.

Infelizmente, a história de Mubita não é um caso isolado. Nas aldeias de Chifuaco e Lyolela, faleceram recentemente Madalena, de 68 anos, e João Kachipia, vítimas da mesma crise humanitária.

Autoridades ausentes

Uma fonte local, que preferiu manter-se anônima, denunciou a ausência total da Administração Municipal na avaliação e no combate à situação. Segundo a fonte, o administrador João Wilson Tchimbinde evita expor a gravidade da crise, receando represálias por parte do Governador José Martins, que poderia responsabilizá-lo pela má gestão da situação.

“A Administração nunca apareceu para estudar o caso ou procurar soluções para salvar o povo”, lamentou a fonte.

Crise sem fim à vista

Enquanto as autoridades locais permanecem inertes, à fome ameaça ceifar ainda mais vidas, agravada pela falta de chuvas que compromete as próximas colheitas. A população do Rivungo vive em desespero, sem apoio e sem sinais de mudança no horizonte.

A situação exige intervenção urgente para evitar que mais vidas se percam e para trazer esperança a uma população esquecida e negligenciada. De acordo com os denunciantes, o dinheiro do combate à pobreza está a ser desviado, “as poucas sementes que distribuíram vieram do ministério da Agricultura e florestas€, devido à fome os beneficiários preferiram as consumir.

Os munícipes apontam também o dedo acusador ao Governador José Martins, a quem acusam de ser “cúmplice desta pouca vergonha e desgraça do povo. Tantas queixas e lamentações faz ouvidos de mercador”, denunciam.

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