A devastação de mais de 200 mil hectares de florestas no município da Ganda, província de Benguela, tem gerado revolta entre a população local. Apesar dos lucros milionários obtidos pela exploração de madeira, as comunidades denunciam a ausência de investimentos sociais e a exploração laboral praticada por empresas do setor.
Sem Censura

No perímetro florestal do Alto Catumbela, o impacto ambiental é evidente. Quem visita a área é confrontado com o barulho incessante de geradores, tratores e o derrubar constante de árvores. Manuel Tchindondo, morador da região, descreve a situação como alarmante: “As árvores são abatidas com sucesso, mas sem qualquer benefício para a população.”
Desmatamento sem Contrapartidas
Os locais de exploração são restritos, acessíveis apenas a trabalhadores contratados para serviços temporários. Enquanto isso, caminhões carregados de madeira em bruto partem rumo à capital, deixando para trás comunidades que enfrentam baixos salários e falta de infraestrutura.
Trabalhadores como Manuel relatam condições precárias. “Recebo 14,000,00, ( Catorze mil kwanzas) por mês, muito abaixo do que é justo, considerando o lucro das empresas”, critica ele, ressaltando a disparidade entre o trabalho árduo e os ganhos milionários do setor.
Falta de Reflorestamento e Fiscalização
A exploração predatória avança sem planos de reflorestamento, agravando a degradação ambiental. Francisco Prata, administrador municipal, reconhece os desafios. “Recentemente, a polícia apreendeu três caminhões de carvão sem documentação”, afirmou, destacando a falta de controle e fiscalização no setor.
Enquanto as florestas da Ganda são destruídas, a população local exige ações concretas das empresas para garantir benefícios sociais e preservar os recursos naturais. A ausência de medidas sustentáveis ameaça não apenas o meio ambiente, mas também o futuro das comunidades que dependem dessas florestas.
Por: Mido dos Santos