DEMOCRATIZAR A ÁFRICA OU “AFRICANIZAR” A DEMOCRACIA?

Opinião

A famosa frase “a democracia é relativa” foi dita pelo presidente do Brasil, Lula da Silva, e, diga-se, de forma equivocada.

Fonte: Cesar Chiyaya

Aliás, essa afirmação é “perigosa”, pois questiona valores universais; a democracia é universal.

Contudo, o equívoco de Lula da Silva serve, no mínimo, para refletirmos sobre a “democracia” ou sobre o que os democratas africanos pensam da democracia.

Adalberto Costa Júnior, por exemplo, líder da oposição em Angola.

Lidera um partido que conquistou 90 assentos parlamentares nas últimas eleições, equivalente a um absurdo 44% dos votos!

Adalberto foi eleito presidente da oposição em 2019, numa eleição interna verdadeiramente democrática.

Mas, até hoje, 5 anos depois, o líder da oposição nunca foi convidado para falar em nenhum órgão de comunicação social estatal — é inacreditável.

Ou seja, a sua opinião não conta, nem os interesses dos 44% dos angolanos que ele representa.

Em resumo, a comunicação social estatal silenciou a voz de alguém que representa a vontade, desejos, sonhos e frustrações de 44% da população — é surreal.

E talvez Lula da Silva tenha alguma razão. Afinal, “a democracia é mesmo relativa”.

Porque, para além do equívoco de Lula da Silva, em África há outro debate, no mínimo curioso: Devemos democratizar África ou “africanizar” a democracia?

Pelos vistos, está-se a “africanizar” ou, melhor dizendo, a “angolanizar” a democracia.

Pode-se até dizer que finalmente desenvolvemos uma teoria política nossa e só nossa!

= A NOTÍCIA COMO ELA É =

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