Bié: Colaboradores do Hospital Dr. Walter Strangway denunciam não pagamento de salários há mais de um ano

Sociedade

Um grupo de mais de 330 colaboradores do Hospital Dr. Walter Strangway, na cidade do Kuito, província do Bié, denuncia a existência de atrasos salariais, que variam entre 13 e 15 meses, situação que os trabalhadores classificam como “insustentável” e “humanamente intolerável”.

Fonte:Club-K

Numa exposição enviada ao Club-K, os profissionais, que pedem anonimato por receio de represálias, afirmam trabalhar há mais de três anos na instituição sem que as remunerações sejam regularizadas.

Em declarações a este portal, um dos trabalhadores explicou que o problema resulta da falta de disponibilização das Ordens de Saque (O.S.) por parte do Estado angolano, por via do Ministério das Finanças (MINFIN) às empresas prestadoras de serviços.

“Há quase um ano que o Estado não emite as Ordens de Saque, e sem isso as empresas não conseguem pagar os funcionários,” relatou.

Segundo os colaboradores, o universo afectado ultrapassa 335 trabalhadores, entre pessoal de limpeza, motoristas, seguranças, cozinheiras e secretários clínicos. “Somos pais e mães de família. Trabalhamos todos os dias, mas não recebemos há mais de um ano. Estamos esgotados,” lamentou outro funcionário.

Os trabalhadores criticam ainda a disparidade entre a sua situação e a dos gestores da instituição. “Enquanto os nossos dirigentes recebem salários e regalias, nós continuamos a cumprir com as nossas funções sem remuneração,” afirmou um colaborador.

Diante do cenário, o grupo apela a uma intervenção urgente das autoridades centrais. “Pedimos ao Presidente da República, ao Ministro da Coordenação Económica, à Ministra da Saúde e à Ministra das Finanças, que olhem para nós. Necessitamos do apoio do Estado,” lê-se no apelo conjunto.

Os colaboradores reforçam que não possuem alternativas de emprego e que, apesar das dificuldades, continuam a garantir o funcionamento diário do hospital. “Não podemos ficar em casa. Apenas queremos receber os 15 meses de salários, que já trabalhámos,” concluíram.

Até ao fecho desta edição, não foi possível obter uma reação oficial da direcção do Hospital Dr. Walter Strangway nem dos órgãos competentes do Governo local e Central.

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