A administração municipal do Cazenga está a impedir o acesso de jornalistas às instalações da Escola nº 3031, “Professora Maria da Natividade”, localizada no Tala Hady. A medida surge após uma reportagem que divulgou uma série de irregularidades na gestão da obra, incluindo a falta de transparência no pagamento da última prestação, o que viola cláusulas contratuais.
Fonte: semcensura.ao

Fontes ouvidas pelo jornal confirmaram que há uma orientação explícita para bloquear a entrada de repórteres no local. “A administração municipal pediu reforço da polícia local para que os jornalistas não voltem para darem continuidade aos seus trabalhos”, afirmou uma fonte sob anonimato.
A postura das autoridades gerou indignação entre a população local. “Quem não deve não teme. Por que razão bloqueiam o local com um dispositivo da Polícia Nacional?”, questionaram moradores da zona do Tala Hady.
Obra está 90% concluída, mas pagamento está em atraso

A polémica centra-se na escola construída pela empresa PROMIL Construção Civil, Comércio e Indústria, LDA. De acordo com a construtora, a empreitada, iniciada em meados de 2022, encontra-se com 90% da execução física concluída.
A empresa alega que, para honrar integralmente os compromissos contratuais, aguarda que a administração municipal do Cazenga efetue um pagamento restante de 200 milhões de kwanzas. Este valor é fundamental para a construção de uma sala de informática e de uma quadra desportiva, infraestruturas previstas no projeto original.
A reportagem apurou que, apesar dos entraves financeiros, o edifício principal está finalizado, apetrechado e em condições de receber cerca de 1.200 crianças em dois turnos.
Moradores apelam a resolução rápida do impasse
Perante o impasse, a comunidade local manifesta preocupação e apela a uma solução urgente para que a escola possa, finalmente, ser utilizada pelos seus filhos.
“Nós queremos que os nossos filhos venham aprender. Isto é uma escola já acabada, e o que falta é só uma compreensão entre a empresa construtora e a administração municipal”, disseram os moradores, organizados numa comissão.
A comissão de moradores espera que haja boa fé entre as partes para resolver o conflito. “Esperamos que as coisas se ultrapassem para o bem da comunidade”, avançaram.