Bié ganha novas unidades sanitárias nos últimos seis anos

Sociedade

A província conta com hospitais bem estruturados e equipados, com tecnologia de ponta, capazes de prestar os primeiros socorros nos casos mais sensíveis, antes de transferirem os pacientes para as unidades de referência, na cidade do Cuito.

A província do Bié beneficiou de 192 novas estruturas sanitárias de pequena, média e grandes dimensões, em todas as localidades da província, evitando que os utentes sejam transferidos para outras províncias, em busca de tratamento, afirmou o director do Gabinete Provincial da Saúde, João Campos.

João Campos informou que os nove municípios da província possuem unidades sanitárias bem estruturadas e equipadas com tecnologia de ponta, capazes de prestar os primeiros socorros nos casos mais sensíveis, antes de transferirem os pacientes para as unidades de referência, na cidade do Cuito.

O sistema de saúde provincial dispõe ainda de seis hospitais missionários, em cinco municípios – Andulo, Catabola, Cuito, Cunhinga e Chitembo -, que são suportados financeiramente pelo Executivo, e são de grande utilidade nas zonas em que se encontram.

“As unidades sanitárias geridas pelas igrejas são de capital importância para o sistema provincial de saúde, porque elas estão enraízadas fora dos grandes aglomerados populacionais. É a elas que as populações que habitam nas comunidades mais distantes dos centros urbanos recorrem, em busca dos primeiros socorros”, disse João Campos.

Em relação aos centros materno-infantis, os municípios do Cuito, com dois, Cunhinga, Andulo, Camacupa e Chinguar, estão cobertos por estes serviços. Para o próximo exercício económico, segundo João Campos, está prevista a construção de mais quatro para os municípios em falta, nomeadamente Catabola, Chitembo, Cuemba e Nharêa.

Quanto aos centros de saúde, a província do Bié dispõe de 131 estruturas. O município do Andulo possui 31 centros, o Cuito 24, Chinguar 14, Cunhinga e Catabola com 13 cada, Nharêa com 11, Chitembo com 10, Camacupa com oito e Cuemba com sete.

A província possui 21 hospitais, alguns dos quais construídos no quadro dos diversos programas do Executivo, com realce para o Plano Integrado de Investimento nos Municípios (PIIM), totalizando 830 camas para internamento.

 
Aumento do número de especialistas

Quanto à qualidade dos recursos humanos que atendem nos diversos serviços do sistema de saúde, o director do Gabinete Provincial da Saúde, João Campos, reconheceu a competência e a qualidade dos profissionais.

Actualmente, referiu, a província conta com 4.819 profissionais, distribuídos em várias áreas de serviço, dos quais 251 são médicos, 3.158 enfermeiros, 397 técnicos de diagnóstico e terapêutico, 295 funcionários administrativos e 718 da área de apoio hospitalar.

O director do Gabinete Provincial da Saúde lembrou que do total de médicos que serve o sistema de saúde provincial, 184 são de nacionalidade angolana e 67 são expatriados, a maioria cubanos.

Relativamente aos enfermeiros, o sistema é servido por 479 profissionais licenciados, 126 bacharéis, 2.363 técnicos médios e 190 auxiliares de Enfermagem.

Quanto à área de diagnóstico e terapêutica, o sistema é servido por 391 especialistas, dos quais 131 possuem formação superior, 232 são técnicos médios e 28 auxiliares. Já a área administrativa é servida por 295 profissionais. 

 
Hospital Walter Strangway realiza centenas de cirurgias

O director pedagógico e investigação científica do hospital Walter Strangway, o cirurgião José Vasco Cawaia, disse ao Jornal de Angola que os serviços de Cirurgia, Hemodiálise, Estomatologia, Oftalmologia e Otorrinolaringologia eram os que a população mais procurava fora da província.

Após a inauguração da maior unidade sanitária da província, em Setembro de 2020, pelo Presidente João Lourenço, o hospital Walter Strangway passou a tratar os doentes que padeciam destas enfermidades.

A unidade presta ainda serviços médicos especializados nas áreas de Cirurgia pediátrica, Oncologia e Anatomia Patológica, que outrora eram encontrados apenas nas províncias do Huambo, Benguela e Luanda.

Em relação às cirurgias mais complexas realizadas no hospital Walter Strangway, José Vasco Cawaia informou que a unidade sanitária tem realizado cirurgias ao bócio, pâncreas, às vias biliares e fístulas obstétricas, que são bastante procuradas não apenas por cidadãos residentes no Bié, como também pacientes oriundos de outras províncias.

Durante os últimos três anos, esclareceu José Vasco Cawaia, a unidade sanitária realizou onze campanhas ligadas à fístula obstétrica, duas de cirurgias de hérnias, uma de correcção ao lábio-leporino, uma de bócio e uma de cirurgia ortopédica.

“Recebemos pacientes de quase todas as regiões do país, que preferem o hospital Walter Stragway, devido ao rápido atendimento que realizámos, cujas cirurgias acontecem em poucos dias após a marcação da consulta”, realçou o médico.


Utente reconhece melhorias

Os pacientes que beneficiaram de diversas cirurgias, no Hospital Walter Strangway, destacaram a qualidade de atendimento dos profissionais de saúde e a estabilidade emocional alcançada depois da cirurgia.

É o caso de Mariana Sebastião, de 57 anos, natural do Cunhinga, que beneficiou de uma operação na segunda campanha da fístula obstétrica, realizada pelo hospital Walter Strangway. Hoje, Mariana é uma mulher que voltou a desempenhar as suas actividades diárias, sem sobressaltos.

“Estou satisfeita, porque antes não conseguia ficar muito tempo no meio de muita gente, devido ao parto mal feito, há 22 anos, quando tive a minha terceira filha. Hoje não sinto repulsa, nem noto aquele olhar de discriminação das pessoas quando estou no meio delas”, salienta.

 

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