Iniciou, hoje no país e pela primeira vez, a Campanha Nacional de Vacinação do Cancro do Colo do Útero (HPV). A meta é imunizar até sexta-feira mais de 2 milhões de raparigas dos 9 e 12 anos, numa altura em que, desde há uma semana, há famílias que se opõem à vacina, com argumentos de que a dose pode causar infertilidade ou problemas à saúde da mulher. E isto conforme denunciou a Liga Angolana Contra o Cancro.

Mais de 600 mil meninas já foram vacinadas contra o cancro do colo do útero, no âmbito da campanha nacional de vacinação que arrancou há uma semana e que termina no dia 7 de Novembro. O Ministério da Saúde prevê imunizar cerca de 2 milhões de meninas dos 9 aos 12 anos.
O secretario do Estado da Saúde, Carlos Pinto de Sousa, revela que o país está a vacinar diariamente mais de 100 mil raparigas.
“Nós estamos a vacinar cerca de 100 mil crianças por dia, o que é um número aceitável, mas precisamos vacinar mais”, disse o também médico, Carlos Pinto de Sousa.
Apesar do sucesso da campanha, a líder da Liga Angolana Contra o Cancro, Luzimira João, alerta para os baixos níveis de informação sobre a doença, levando à resistência de algumas famílias em permitir a vacinação das suas filhas.
“Papás, mamãs, educadores e responsáveis levem as nossas meninas nesta primeira fase da campanha. Infelizmente, a literacia em saúde oncológica é muito baixa e é uma necessidade urgente continuarmos a promover essa literacia, para que as pessoas, de facto, possam ter informação, porque a informação é a base. Toda a pessoa que sabe que existe uma doença, se estiver acometida e ela tiver noção de que é tratável, que o diagnóstico precoce faz a diferença é, claro, que a situação será outra”, advertiu a activista social.
A campanha, implementada no âmbito do Projecto em Resiliência do Sistema Nacional de Saúde, é financiada em 50 milhões de Euros pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), com o apoio técnico do PNUD, UNICEF, OMS, Gavi, União Europeia e Banco Mundial.