Nas últimas semanas, vieram a público denúncias que levantam sérias suspeitas sobre um alegado desfalque no Banco Sol, envolvendo funcionários da instituição e figuras ligadas a organismos políticos e administrativos.
Fonte: Club-K

O caso, segundo fontes internas, expõe falhas graves nos mecanismos de compliance e de controlo interno do banco, que enfrenta há meses dificuldades financeiras e rumores de insolvência.
De acordo com informações obtidas pelo Clube-K, o montante em causa poderá ultrapassar 200 milhões de kwanzas, desviados de forma sistemática desde 2022.
As investigações preliminares apontam como principais envolvidas Dilma Patrícia Álvares Ganga, então subgerente do Banco Sol, Suzana de Melo, secretária para a Administração e Finanças da OMA e deputada à Assembleia Nacional, e Josemar Alfinete, responsável financeiro da mesma organização feminina do MPLA.
Segundo relatos de funcionários da instituição, os fundos terão sido transferidos para diversas contas bancárias, incluindo as de familiares diretos da subgerente, “como a sua tia, e para contas da empresa Yangue Conta, pertencente às filhas do ex-presidente do Conselho de Administração do Banco Sol, Coutinho Nobre Miguel”, revelou uma das fontes, sob anonimato.
As mesmas fontes afirmam que as movimentações foram realizadas “sem o consentimento das titulares das contas, recorrendo a documentos falsos e a operações não autorizadas”.
Fontes próximas à instituição confirmaram que as proprietárias da empresa Yangue Conta já foram chamadas a prestar esclarecimentos junto aos órgãos competentes do banco, numa tentativa de apurar as circunstâncias em que as suas contas foram utilizadas.
Até ao momento, apenas Dilma Patrícia Álvares Ganga encontra-se detida, o que, segundo analistas, “levanta suspeitas de possível encobrimento político das restantes pessoas implicadas”.
O Clube-K procurou obter esclarecimentos oficiais junto do Banco Sol, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição. A ausência de um comunicado institucional tem gerado descontentamento entre funcionários e clientes, que denunciam “falta de transparência e alegada proteção de quadros influentes”.
Para o analista financeiro ouvido pelo jornal, “é preocupante que uma instituição bancária em situação frágil continue a ser associada a práticas de má gestão, abuso de confiança e desvio de fundos. Episódios como este comprometem a credibilidade do sistema financeiro nacional”, alertou.
A sociedade civil e entidades ligadas ao setor bancário defendem uma investigação “rigorosa e imparcial, com responsabilização de todos os envolvidos, independentemente dos cargos que ocupem ou das suas ligações políticas”.
“Casos como este afetam diretamente a confiança do cidadão nas instituições financeiras e na justiça. É urgente transparência e responsabilização”, afirmou uma fonte do setor bancário.
O processo continua sob investigação, e novas diligências poderão determinar a extensão dos danos e identificar outros eventuais beneficiários do alegado esquema.