ADMINISTRADOR DO RIVUNGO ABRE ARMAZÉM E DISTRIBUI ALIMENTOS APÓS MORTES POR FOME

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Após à morte de 27 pessoas devido à fome no município do Rivungo, província do Cuando, o Administrador Municipal, João Wilson Tchimbinde, finalmente abriu o armazém da Administração Municipal para distribuir alimentos às famílias mais carenciadas.

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Durante dois dias, de 2 a 3 de janeiro de 2025, o administrador realizou aquilo que a população e as autoridades tradicionais descreveram como sua primeira visita oficial a diversos bairros desde que assumiu o cargo há três anos.

Os bairros visitados incluíram Mbambassi, Kandepwe, Minganja, Chikove e a zona do rio Utembo, abrangendo localidades como Chafuma, Chissimba, Chima, Tukungu, Mitambo, Sangoma, Kanhongo e Mande. Durante as visitas, João Tchimbinde distribuiu sementes de milho, massambala, feijão-frade e cestas básicas, numa tentativa de mitigar a crise alimentar que assola o município.

No entanto, a acção tardia do administrador foi vista com desconfiança pela população. Muitos moradores e líderes comunitários consideram a atitude uma tentativa de impressionar o recém-nomeado Governador da Província do Cuando, Lúcio do Amaral, e garantir sua permanência no cargo. “Durante três anos, ele não visitou nossas aldeias, não ouviu nossas necessidades. Agora, com o governador novo, ele quer mostrar serviço”, criticou um ancião da aldeia de Chafuma.

É preciso referenciar que esta alimentação, ora, distribuída veio de Luanda, através da acção social da província de Luanda e de algumas organizações não Governamentais, das quais que actuam no parque do Luengue Luiana, entrelas a Associação de Conservação Ambiental Desenvolvimento Integrado e Rural (ACADIR) que depois das denúncias das mortes e gritos de socorro da população que viralizaram nas redes sociais, fizeram uma contribuição. As poucas sementes que distribuíram vieram do Ministério da Agricultura e Florestas, o Governo local nada tem feito. “Os dinheiros que tiram do combate à pobreza é para os seus bolsos”, denunciam os moradores.

A situação no Rivungo, agravada pela falta de políticas eficazes para combater à fome e à pobreza, gerou indignação entre os moradores, que exigem mais responsabilidade e presença activa das autoridades municipais. Para muitos, a distribuição de alimentos e sementes, embora necessária, não é suficiente para apagar o histórico de abandono e negligência.

Até o momento, o Governador Lúcio do Amaral ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acções do administrador, mas a população espera que as questões estruturais e o distanciamento do poder local sejam analisados com seriedade.

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