Por: Mido dos Santos
Joe Biden faz história em Angola nesta terça-feira (03), marcando sua primeira e única visita à África Subsaariana como presidente dos Estados Unidos. A viagem, realizada nos últimos meses de seu mandato, reafirma o compromisso dos EUA com o continente africano, especialmente em um momento em que a concorrência geopolítica na região é crescente.
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Durante um encontro com o presidente angolano, João Lourenço, no Palácio Presidencial em Luanda, Biden destacou o desejo dos EUA de construir parcerias em “termos africanos”. Ele ressaltou que os americanos estão prontos para ouvir as necessidades de Angola, promovendo uma abordagem de cooperação mútua. “Não achamos que temos todas as respostas, mas estamos preparados para ouvir e nos engajar profundamente”, afirmou Biden antes de uma reunião privada com Lourenço.
Relações históricas e novos caminhos
João Lourenço enfatizou a importância de fortalecer os laços com os EUA, especialmente em áreas como investimentos estrangeiros, defesa e segurança, com destaque para o Golfo da Guiné e o Atlântico Sul. Ele também reconheceu o papel das empresas norte-americanas no setor de petróleo e gás e em novos projetos de infraestrutura. “Estamos prontos para superar as divergências do passado e inaugurar uma nova era de colaboração com os EUA”, declarou Lourenço, aludindo às relações tensas durante a Guerra Fria.
Corredor de Lobito: a agenda estratégica
Um dos principais temas da visita foi o Corredor de Lobito, um projeto ferroviário financiado parcialmente pelos EUA que visa facilitar a exportação de minerais estratégicos da República Democrática do Congo. Este empreendimento reforça o papel de Angola como um hub logístico na África Austral e reflete o interesse dos EUA em ampliar sua influência econômica na região.
Embora o mandato de Biden esteja chegando ao fim, fontes indicam que o presidente eleito Donald Trump deve continuar os esforços diplomáticos com Angola e apoiar projetos como o Corredor de Lobito em sua próxima administração.
Impacto e legado
A visita de Biden não apenas cumpre sua promessa de estreitar laços com a África, mas também consolida Angola como um parceiro estratégico no cenário internacional. O engajamento reforçado sinaliza um novo capítulo na relação EUA-África, em meio a um panorama global de mudanças.